Capítulo final
Era inverno de 1923, quando uma criança chegou ao mundo, trazendo consigo uma história para ser escrita...
Era uma menina e se chamava Emília. Chegava ao mundo trazendo a esperança pela mão...
Emília amava as flores, e seus olhinhos brilhavam quando via margaridas, cravos, cravinas, dálias, rosas... Ah! As rosas... As rosas eram, para Emília, as mais especiais das flores...
E foi entre as flores que aquela garotinha de olhar vivo, cresceu...
Mas com o passar do tempo Emília percebeu que no mundo não havia só jardins, havia também espinhos, ervas daninhas, pragas diversas...
Notou que existem tempos de secas e de enchentes, dias de sol e dias de sombras, noites de luar e noites sem estrelas...
Quando tinha apenas 16 anos, Emília conheceu os horrores da segunda guerra mundial, e percebeu que existem coisas muito feias que o egoísmo das pessoas consegue criar...
No entanto, ela nunca se deixou levar pelos dias amargos...
O nome Emília, que é de origem latina, quer dizer trabalhadora, lutadora, e ela honrou seu significado.
Apesar dos espinhos que encontrava no caminho, Emília jamais desistiu das flores, porque sabia que as flores valem a pena...
Os anos se passaram e a jovem Emília resolveu cultivar, nos jardins da própria alma, as flores mais raras que existem na face da terra: os filhos.
Junto com o companheiro eleito de sua vida, ela trouxe ao mundo 3 flores únicas, às quais dedicou seu tempo, seu carinho, sua alma de mãe.
Ela sabia que cada pessoa é uma flor única...
Não há no universo outra igual...
E se o Divino Cultivador as depositou em seu lar, confiando-as aos seus cuidados, era preciso honrá-las com dedicação e amor...
E foi isso que aquela personagem anônima fez durante toda a sua vida...
Depois vieram os netos, bisnetos, tataranetos, todos tratados como flores raras, únicas, especiais...
Foi assim que a menina Emília, que chegou ao mundo naquele inverno longínquo de 1923, havia cumprido sua missão, havia escrito a sua história.
Amou, suportou com coragem os 83 invernos de sua existência, e nunca deixou de semear e cultivar flores...
Partiu no inverno de 2006, e a despedida foi enfeitada de flores.
Hoje ela cultiva jardins no mundo espiritual, aguardando a chegada dos seus amores, quando eles também concluírem o último capítulo de sua história, e partirem ao encontro do seu abraço de amor...
Afinal, todos sabem que o túmulo não é um beco sem saída, é apenas uma passagem, que se fecha ao crepúsculo, e a aurora vem abrir novamente.
Pense nisso!
A existência no corpo físico é apenas uma pequena parte da história de nossa trajetória pela eternidade afora.
É uma breve passagem pela escola da vida terrestre.
Pelos nossos ditos e feitos é que seremos lembrados, quando partirmos para a pátria verdadeira.
Nossa forma de ser ficará impressa nas mentes e nos corações que também fizeram parte dessa história.
Pensemos nisso!
Equipe da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em texto escrito por Terezinha Colle, em homenagem a Sra. Emília Chiquin Tessari, por ocasião da missa de 7º dia do seu falecimento.