Um nascimento
Aquele nascimento singular, num momento de grande alucinação coletiva na Terra, deveria dividir os fatos da História, assinalando o Seu como o período de preparação da paz.
Não era um conquistador odiento, que vinha armado para os combates destrutivos, mas um vencedor, que viera somente para amar.
Por isso, não foi reconhecido, ou melhor, não O quiseram conhecer. Porque estavam preparados para a guerra, para o ódio, para o desforço, longe dos sentimentos da compaixão e da misericórdia, da compreensão e da caridade.
Israel era soberba e seu povo, ingrato.
Por isso, Roma a esmagava com as suas legiões impiedosas, ameaçando sempre com a força e a arrogância dos seus administradores de um dia.
Não havia lugar, naqueles corações, para a compreensão da fragilidade humana, da temporalidade de todas as coisas, para o esforço de solidariedade.
Forte, então, era aquele que esmagava, mesmo que fosse vencido logo depois, pela doença, pela desgraça política, pela morte...
O fraco era odiado, porque não revidava, nem disseminava o desprezo ao inimigo, em face da sua situação subalterna.
* * *
Jesus... Sim, este Seu nome, foi a força do amor que modificou as estruturas do pensamento e da razão, alterando, por definitivo, a face do planeta.
Nunca mais a Terra seria a mesma depois Dele...
Antes, sofria o peso do carro da guerra perversa e das devastações do ódio.
É certo que ainda não cessaram os combates do homem e da mulher contra os seus irmãos, no entanto, permanece o sentimento de fraternidade em memória e em homenagem a Ele.
Combatido, permaneceu amando.
Odiado, continuou amando.
Crucificado, persistiu amando,
E morto, ressuscitou do túmulo, a fim de prosseguir amando...
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Nestes tempos de incertezas momentâneas, de crises morais graves, não há como sobreviver, se não continuarmos amando.
Exemplos, bons exemplos, existem para serem seguidos, e não apenas catalogados nos anais da História e admirados distantemente pela grande massa popular.
Jesus precisa ser a referência primeira de nossas vidas, mas não o Jesus distante, crucificado nas alturas, mas o Jesus amigo, conselheiro amoroso de todo dia.
Lembremos mais de Seu nascimento do que de Seu assassínio, de Sua presença do que de Sua ausência.
O Consolador já está entre nós, abraçando-nos a todos cada dia mais forte.
Não se pode fugir da verdade. Não se pode continuar sem amor no coração.
Todo nascimento é motivo de alegria, e este, em especial, representa o nascer do amor maduro, do amor ágape, na intimidade fértil do Espírito imortal.
Lembremos Jesus... Sempre.
Redação do Momento Espírita com base no cap. 30 da obra O amor como solução, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.