Livraria 18 de Abril

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Amor em desequílibrio

   

Hoje em dia os modelos de educação são tantos e tão complexos, que grande parte dos pais já não sabe mais qual a maneira eficaz para se obter um bom resultado na orientação dos seus filhos.

Há pais que aderiram ao modelo de uma educação dita liberal, de liberdade sem responsabilidade. Mas esse modelo provou sua ineficiência criando uma geração de pequenos tiranos, causadores de infelicidade e dor para seus genitores.

Outros pais resolveram educar os filhos para se prevenir contra tudo e contra todos. E surgiu uma geração violenta e cruel, capaz de esmagar até mesmo os colegas de classe e os professores.

Essa demonstração tácita do amor em desequilíbrio tem infelicitado pais e filhos que lhes caem nas armadilhas danosas.

Assim, aos pais de boa vontade, relacionamos algumas atitudes que devem ser evitadas para que se possa alcançar uma educação eficaz, promovendo o ser e elevando-o moralmente.

1º achar que os filhos têm sempre razão, sem lhes reconhecer as falhas, supondo-os isentos de quaisquer defeitos e com isso incentivá-los à arrogância da falsa superioridade e ao desprezo da virtude.

Ou num outro extremo, censurá-los por tudo e a cada instante, deixando neles marcas de insegurança interior e de complexos de inferioridade.

2º manter as crianças e os adolescentes longe de quaisquer problemas por que a família passe, para apenas votá-los à convivência de brinquedos e festas, amolecendo-lhes a capacidade de resistência com a qual terão de enfrentar a dura, mas necessária, realidade da vida.

3º satisfazer cada capricho infantil, jamais negando algo e assim desenvolver a ambição desmedida e a absoluta falta de firmeza e coragem no adulto de amanhã.

4º aconselhar sempre o revide e a intransigência, observando que perdoar e pacificar é próprio dos tolos, afastando, desse modo, a alma infantil de qualquer tendência à compaixão.

5º querer deixar aos descendentes, acima de tudo, o bem-estar amoedado, que pode se esvair, ao sopro de qualquer adversidade, ao invés de lhes transmitir a herança da cultura e da virtude, tesouros que as traças jamais poderão roer...

6º desejar moldar os filhos segundo a própria imagem, numa reprodução de si, não lhes respeitando as inclinações da personalidade.

7º acostumá-los a menosprezar empregados e subordinados que lhes devem obedecer a todos os caprichos e incentivá-los à bajulação e ao servilismo dos socialmente bem colocados, distorcendo assim a escala de valores da criança e do jovem que não saberá ver seres humanos em parte alguma, mas apenas objetos descartáveis da própria ambição.

A obra da educação exige amor, mas exige também equilíbrio e lucidez.

É preciso aliar energia e doçura, verdade e ternura, confiança e dinamismo para que os educandos sintam que seus educadores desejam alçá-los aos altiplanos da vida, da felicidade plena, sem ilusões nem fantasias.

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Educar é a melhor maneira de curar o desequilíbrio do mundo, e orientar com Jesus é curar todas as chagas do Espírito eterno.

Equipe de Redação do Momento Espírita, Baseada no livro a Educação da Nova Era, cap. Tempo de refletir, de Dora Incontri, ed. Comenius e Dicionário da Alma, ed. FEB, verbete: educar.