Livraria 18 de Abril

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Equívocos na educação

   

A mãe é a grande responsável pela formação do caráter do filho, seguida pelo pai, como co-participante dessa grande tarefa.

Por vezes, a mãe, investida da melhor das boas intenções comete equívocos na educação que poderão infelicitar sobremaneira o filho, a quem ama e deseja ver feliz.

Um desses equívocos é assumir a vida e os gostos da criança. É ela que adoça o café ou o suco do filho; é ela que sabe do que ele gosta ou deixa de gostar.

É a mãe que responde quando alguém pergunta à criança se ela deseja isto ou aquilo.

É ela que escolhe roupas, calçados, conforme as cores e modelos que gosta, muitas vezes abafando os desejos do filho, quando este já tem idade para opinar.

A mãe cria o filho ou filha com se fossem mentalmente inválidos.

Embora não se duvide do amor que move essas atitudes, essas mães estão prejudicando sobremaneira a formação dos seus amores.

Isso porque a criança cresce sem se conhecer, porque a mãe é quem sabe tudo sobre ela. Na fase da adolescência, os conflitos aumentam pois agora o filho já não aceita mais ser guiado pela mãe, mas submete-se, sem critérios, ao grupo com o qual passa a conviver.

Daí, se veste como os da sua "tribo", se comporta como o seu grupo estabelece, se caracteriza, enfim, como os demais. Não tem gosto próprio, pois a mãe sempre decidiu tudo por ele.

A criança, que desde cedo aprendeu a ser passiva em tudo, agora não consegue se desvencilhar dessa dependência perigosa.

Esse tipo de educação gera jovens sem opinião própria, sempre preocupados com o que os outros pensam ou dizem deles.

São jovens sem iniciativa, sem senso crítico, sem opinião própria, sem maturidade, que estão sempre esperando que alguém lhes diga o que fazer e do que devem gostar ou desgostar.

Infelizmente essas falhas na educação infelicitam em vez de formar homens e mulheres aptos para gerir as próprias vidas de forma lúcida e coerente.

É por essa razão que moças se deixam iludir por promessas mirabolantes, como as feitas pelo maníaco do parque, que acenava com a possibilidade de fazê-las famosas, fotografando-as, nuas, no meio do mato.

Se essas moças tivessem discernimento e senso crítico, certamente não aceitariam tal convite, por ser destituído de fundamento.

Importante que mães e pais pensem com carinho a respeito da grande missão que lhes cabe como educadores e formadores de caracteres.

Importante se pensar em educar os filhos para que tenham autonomia no pensar e no agir, por si mesmos, e não sejam conduzidos como marionetes, sem direito a pensar nem assumir responsabilidades.

Importante que os pais atentem para essa questão e permitam que os filhos aprendam a se conhecer desde cedo. A fazer algo que os faça sentirem-se úteis e valorizados.

Muito embora se tente combater o trabalho infantil dentro do lar, como se pequenas tarefas fossem prejudicar a infância, os pais conscientes sabem que se hoje têm os pés firmes no chão, é porque seus pais lhes colocaram responsabilidades sobre os ombros.

Você que é mãe ou pai, e ama seus filhos, pense nisso e avalie até que ponto não está tomando para si a vida deles.

E se perceber que está cometendo esse grande equívoco, não perca mais nenhum minuto. Corrija o passo e ofereça ao seu filho a bendita oportunidade de crescer.

***

A educação deve promover o homem não apenas no meio social, mas prepará-lo para a vida essencial, que é realidade do ser imortal, filho da luz, que deve seguir, individualmente, seu caminho para a grande luz, que é o criador.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em seminário proferido por Raul Teixeira, no VI Simpósio Paranaense de Espiritismo, no dia 27/05/03.