Vítimas das ilusões
Você se considera uma pessoa livre das armadilhas da ilusão?
Se a sua resposta foi sim, considere o seguinte:
Quando alguém julga infalível a sua razão, está bem perto do erro, pois geralmente nosso juízo é apressado, parcial e muito limitado.
Quando observamos a situação atual da nossa sociedade, podemos perceber que a grande maioria das pessoas está sob a influência de algum tipo de ilusão.
A ilusão da eterna beleza física, por exemplo, é quase generalizada.
Que digam os fabricantes de produtos criados com essa finalidade e os profissionais da área...
Chegou a tal ponto a preocupação com a beleza física, que jovens de 20 e poucos anos estão desesperados por causa das rugas que poderão aparecer no futuro...
A busca por produtos que evitem que as marcas de expressão se transformem em vincos na face, é assustadora.
Mas o tempo se encarregará pelo desgaste natural que surge com o passar dos anos, triunfando sobre a ilusão da eterna juventude do corpo.
Sem dúvida, é louvável a possibilidade que os avanços científicos propiciam para que as pessoas se sintam bem.
A medicina estética surge justamente para trazer bem-estar e aumentar a auto-estima, corrigindo este ou aquele problema físico.
Todavia, acreditar que os recursos da tecnologia vão nos tornar jovens no corpo físico para sempre, é triste ilusão.
Outra maneira de nos iludir é imaginar que um governo possa resolver todos os problemas de uma sociedade, de forma milagrosa, acreditando num discurso vazio e sem fundamentos lógicos e coerentes com a realidade.
O sabor da desilusão, nesses casos, pode ser amargo e trazer conseqüências desastrosas, gerando desânimo ou revolta no meio dos que se iludiram.
Aproveitando essa fragilidade dos indivíduos, de cair nas malhas da ilusão, o comércio tem sido lucrativo, vendendo disfarces no atacado e no varejo.
São cintos para disfarçar as gorduras, comprimindo-as para que a silhueta pareça mais delineada...
Sutiãs que simulam seios maiores, mais torneados...
Calças e meias com bumbuns postiços, e muito mais...
São iludidos... São ilusões...
Existem também pessoas que se iludem sobre seu próprio caráter. De tanto mentir acabam por acreditar nas mentiras que inventaram.
E, pior ainda, acreditam que os outros são tolos a ponto de não perceberem que mentem, e continuam jurando, até diante das câmeras, que dizem a verdade.
Existem pessoas visivelmente convencidas de que são donas da vontade alheia, tornando-se déspotas no lar ou no trabalho, iludidas de que terão para sempre seus reféns.
Há indivíduos que desejam ser eternamente dependentes de outros indivíduos, na tentativa de burlar as leis do progresso e permanecer infantis para sempre.
Meras ilusões...
Poderíamos trazer inúmeros outros exemplos, mas não é essa a intenção.
Desejamos tão-somente trazer à baila a questão das ilusões que cada vez mais estão presentes em nossas vidas.
No entanto, essa é uma questão que só será solucionada quando cada um quiser, pois é de foro íntimo e exige reflexão séria e isenta de prevenção.
E a prevenção, juntamente com a pretensão, é forte indício de ilusão, pois quem julga infalível a sua razão, está bem perto do erro.
É graças ao poder de iludir que têm certos indivíduos, e à propensão para se deixar iludir de outros tantos, que a vida toma rumos perigosos e conduz a destinos incertos.
Vale a pena pensar um pouco mais sobre essa questão.
Buscar refletir sobre os caminhos que escolhemos e observar a direção que tomamos.
Retirar do olhar o véu das ilusões e seguir a passos firmes na direção da felicidade sem disfarces e sem fantasias.
Na direção da felicidade efetiva, que só a realidade pode nos oferecer.
Pensemos nisso!
TC 24/12/2006
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.